terça-feira, 31 de maio de 2016

Portugueses: a diferença entre Cabrões & Burgueses


Odeio Burgueses. Principalmente aqueles que desfilam de língua afiada, iPhone no bolso e copo de Gin na mão – são os chamados Burgueses Modernos. Se ainda houver espaço para odiar mais alguma coisa, aqui vai: odeio Burgueses de Blogs. Aqueles que se fazem valer de horas à procura de expressões que embelezem a sua escrita para ficarem bem vistos na blogosfera. Sim, porque geralmente todo o Burguês tem um blog. Porquê? Porque um Blog é "de borla" (coisa que o Burguês anda sempre à procura, porque simplesmente não passa de um teso como todos nós) e principalmente porque assim permite-se mostrar ao mundo com toda a sua magnificência quando vai de férias, quando vai às compras, quando viaja, etc, etc, etc...

A ferramenta preferida do Burguês é o Instagram. Depois o Twitter, já que o Facebook está "demodé"; como qualquer Burguês se acha a última bolacha do pacote, também se acha com poder suficiente para ser um opinion-maker.

A ferramenta preferida do Burguês é o Instagram. Depois o Twitter, já que o Facebook está "demodé"; como qualquer Burguês se acha a última bolacha do pacote, também se acha com poder suficiente para ser um opinion-maker. A opinião do Burguês é soberana, porque sabe que todos os carneiros amestrados que o seguem (vulgo, todos os burgueses) vão concordar consigo.

O Burguês Português é um teso. Tem a mania das grandezas, veste roupa de marca, usa perfumes de marca que todos os outros burgueses usam, mas não tem dinheiro para pagar um jantar ao amigo/amiga ou sequer para comprar comida de qualidade – o Burguês só sabe fazer ovos estrelados, bifes insossos e abrir latas de salsichas. O Burguês é aquele que tem toda a lata do mundo para dizer que se esqueceu da carteira no carro, ou qualquer desculpa para não pagar, e nem vergonha na cara tem quando o faz.

O sonho de qualquer Burguês é ter um Blog de "Fashion e Lifestyle"


Para além dos burgueses, há outra espécie que odeio: os Cabrões. Os Cabrões são aquela classe de Burguês que é efectivamente pobre. Que usa perfumes do Continente. Que vai a correr para o supermercado em todos os dias 1 de Maio, porque ouviu dizer que nesse dia "tudo o que meter no carrinho não paga". O Cabrão, assim como o Burguês, não tem vergonha nenhuma na cara. Vai aos sítios onde o irmão Burguês também vai, porque também quer "aparecer" – qual emplastro – nos locais mais In, onde vai tirar montes de "selfies" – tal como o Burguês – mas para as colocar no "Face". Sim, porque ao contrário do que o Burguês acha, o Cabrão acredita que o "Face" é que é. Aliás, o Cabrão adora "Likes" nas suas fotos. Pedinchar por um "Like" é tão vulgar para o Cabrão, como escrever legendas em inglês ou ir a casamentos o é para o Burguês.

O sonho de qualquer Cabrão é entrar no "Secret Story" ou algo semelhante


O problema do Cabrão com o Instagram, é efectivamente a falta de poder económico para comprar roupas decentes e como tal ficar bem nas fotos. Privado de dentes, em quantidade ou qualidade, geralmente com uma pele menos cuidada e um orgulhoso penteado "à Moicano", o Cabrão sabe que não deve mostrar os pontos fracos. Tal complexo, torna o Cabrão mais forte, mais revoltado. Como tal, cada vez que sai à rua, o Cabrão está acima de tudo, preparado para andar "à porrada". Qual Vin Diesel no seu Fiat Punto ou BMW de quarta geração, o Cabrão está sempre de faca afiada e pronto para a cabeçada.

O problema do Cabrão com o Instagram, é efectivamente a falta de poder económico para comprar roupas decentes e como tal ficar bem nas fotos. Privado de dentes, em quantidade ou qualidade, o Cabrão sabe que não deve mostrar os pontos fracos. 

Mas voltando ao Burguês. Outra característica que bem o define são os filhos: o Bernardo, o Afonso, a Maria, são as nomenclaturas atribuídas às suas crias. As crias essas, servem bem o seu propósito: mostrar ao mundo que são bem sucedidos, personificando-lhes a essência que nunca conseguiram ter.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Foto do Dia


Patagónia, Chile
Fotografia por Roger Smith, National Geographic

Localizada entre a Argentina e o Chile, integra territorialmente o sul da cordilheira dos Andes, rumo a sudoeste, até ao Oceano Pacífico. A Patagónia é a região do mundo com maior quantidade de território coberto por gelo fora de zonas polares. Entre desertos frios e secos, florestas e bosques, vales e rios, montanhas e glaciares, a Patagónia tem quatro variações climáticas ao longo do território.

O estranho caso do árbitro da final da Champions League


Mark Clattenburg foi o árbitro inglês que arbitrou o jogo da final da Liga dos Campeões, em que o Real Madrid ganhou à equipa do Atlético Madrid. Na sequência de um lance que originou a queda de dois jogadores – um deles o luso-brasileiro Pepe – o árbitro revela uma estranha reacção, enquanto observava o jogador da selecção nacional portuguesa a queixar-se de dores de modo teatral.

Seria possível abdicar de tudo para sermos felizes?


Esta é uma das histórias mais fascinantes que conheci em toda a minha vida. Se não mesmo A mais fascinante. 
Tudo começou em 2010. O casal Erik e Amy tinham uma vida confortável. Pelo menos, aquilo que a maiora das pessoas poderia considerar como tal. Viviam numa pequena cidade com boa vizinhança, numa casa confortável. Tinham dois bons empregos e duas filhas, e muito provavelmente eram felizes. Ou talvez fossem felizes.

Um dia, Erik perguntou a Amy se ela era capaz de abdicar de todo o dinheiro que tinham, assim como a vida confortável, e partirem os dois com as respectivas filhas numa nova forma de viver a vida. Longe dos amigos, longe de todos os bens materiais, longe do conforto do lar, em direcção à imensidão do desconhecido, numa entrega ao verdadeiro propósito de viver em liberdade.

Foi com base na resposta positiva de Amy, que ambos decidiram então desfazerem-se das suas posses, e com apenas as necessárias condições, comprarem um iate e "entregarem-se" ao mar. Não para uma breve aventura. Mas para a aventura de toda a vida.

Esta história não é ficção. Mais do que a realidade deste casal, talvez mereça a reflexão para a nossa própria vida. O que somos nós? O que valemos nós? Somos verdadeiramente felizes com a condição de vida que temos, em função daquilo que aparentemente é o correcto ou convencional? O mundo é imenso, nós vivemos a vida quase toda numa pequena parte localizada algures no globo. Que dimensão tem a nossa vida?

Toda a história destes 6 anos está documentada no blog http://sailingawayonpapillon.blogspot.pt

Referências artísticas do século XX







































Jesus de la Helguera.
Nascido a 28 de Maio de 1910, na cidade de Chihuahua no México, Jesus de la Helguera foi considerado pelo próprio povo como o maior pintor e ilustrador do" verdadeiro sentimento mexicano". Aos 7 anos, após passar a maioria da sua infância na Cidade do México, foi viver com os pais para Espanha, onde viria se viria a tornar um estudante de artes plásticas, nomeadamente pintura. Em plena guerra civil espanhola, regressa ao México onde inicia actividades no área editorial, contribuindo com o desenvolvimento de diversos trabalhos de ilustração.

Mesmo tendo falecido à mais de quarenta anos, em 1971, ainda hoje figura como uma das mais importantes referências artísticas de toda a América do Sul.

domingo, 29 de maio de 2016

Ronaldo mais uma vez


Aqui está a nossa homenagem o "Rei da Europa". A terceira Liga dos Campeões conquistada pelo Real Madrid, tendo Cristiano Ronaldo como seu jogador. O português torna-se assim o primeiro lusitano a conquistar por três oportunidades o mais prestigiado troféu em futebol.

Parabéns Ronaldo.

A maneira mais fácil de se tornar um herói aos olhos dos filhos



Ser Pai é assim.
Ter num corpo adulto a mente de uma criança.
Digamos que é o perfeito binómio "win-win"...

sábado, 28 de maio de 2016

Velhos Hábitos nunca se perdem


"Querem-nos matar, mas não vão conseguir. Se nos atacam tanto é porque não nos consideram mortos. Temos de pagar o preço do nosso sucesso"

Pinto da Costa é um cromo. Talvez, o melhor cromo de todos, nesta recheada caderneta de personalidades em formato auto-colante que é o futebol em Portugal. Depois da decepcionante época que o Futebol Clube do Porto fez, por responsabilidade única e exclusiva dos seus intervenientes, lá voltamos nós, vinte anos atrás no tempo, para os velhos discursos de "nós contra o mundo", como se isso ainda se usasse.

Pinto da Costa é o presidente na Europa mais consagrado a nível de títulos. Já está velho, em corpo. Mas em mentalidade, está completamente moribundo. E enquanto se mantiver na cadeira das decisões do seu clube, de vez em quando lá vai emitindo uns grunhos, uns sons mórbidos, como um qualquer cadáver que quer à viva força voltar ao mundo dos vivos. Os adeptos do clube não têm culpa. Contratou-se um treinador que não foi competente, que nem a sua saída tardia ainda se resolveu. Contratou-se um Peseiro em versão Calimero, que também não conseguiu fazer muito melhor (acho mesmo que em termos proporcionais, conseguiu fazer ainda pior que Lopetegui).

Contratou-se um Peseiro em versão Calimero, que também não conseguiu fazer muito melhor (acho mesmo que em termos proporcionais, conseguiu fazer ainda pior que Lopetegui).

A modos que, para o lado das Antas, o cenário está um pouco para o "Dantesco". Ou Mórbido. Diz-se mesmo por aí, que se ouvem mesmo ao redor do estádio, aquelas vozes de coro infantil em filmes de terror, audíveis quando um ser maligno aparece lentamente, sabe-se lá de onde...

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Fim de semana Lusitano...


Girl Power












"Elevam-na ao patamar dos Deuses,
quando simplesmente quer ser uma Mulher"

Foto do Dia



Aurora Boreal (Luzes do Norte). Reine, na Noruega
Fotografia por Chris Burkard/Massif

"The northern lights are really special. I can never take enough photographs of them, because just like sunrises (and sunsets), they are always unique. Traveling somewhere that will allow you to see them in all of their glory is something that I highly recommend. When seeing the northern lights, I usually find myself in a cold environment, fairly late at night. And I couldn’t be happier. The universe is always putting on a show somewhere, and getting to observe such phenomena really makes you aware of how spectacular life really is."

Lendas da Música


Montreux Jazz Festival, 2004. Le Chick - "Good Times"
O mote deste vídeo é simples: como consegue uma banda que se popularizou num estilo musical que morreu nos anos 80 – Disco –, continuar com uma qualidade invejável nas actuações ao vivo.
Este concerto no Montreux Jazz Festival é o exemplo perfeito.

DIAP - Doce ou Travessura?



O parco conhecimento da nossa sociedade sobre o poder das redes sociais é isto mesmo. Todos filmam, fotografam e partilham o que lhes apetece, a seu bel-prazer. Está na moda fazê-lo, é gratuito, e desde que não se comprometa a vida íntima de ninguém, tudo bem. O problema é quando a coisa se torna viral.

Às vezes acredito que o problema do comum cidadão é viver na hipocrisia de que acha que está em dívida para com o Divino. Na ânsia de reservar o seu lugar no Paraíso, vem a público, na sua poltrona do poder anónimo, julgar como perversidade tudo o que é comportamento social fora do convencial.

A malta do Diap é isto mesmo. Igual a todos nós. Também gostam de se divertir, também gostam de dançar. Só ficaram mal na "fotografia" (ou na filmagem, neste caso) porque nenhuma das intervenientes era mais poderosa do que o anonimato permite. Ninguém sabe se trabalham 14 horas por dia ou mesmo ninguém faz ideia se a conhecida filmagem foi realizada após o horário de trabalho, ou numa hora de almoço. Sinceramente, também acho que ninguém quer saber disso para nada. A hora é de esticar a corda no pescoço alheio.

Podemos verificar no lado direito da imagem, ao deleite provocado pelo anónimo que assistia na sua poltrona


Às vezes acredito que o problema do comum cidadão é viver na hipocrisia de que acha que está em dívida para com o Divino. Na ânsia de reservar o seu lugar no Paraíso, vem a público, na sua poltrona do poder anónimo, julgar como perversidade tudo o que é comportamento social fora do convencial. Provavelmente estes que criticam, também criticam a hipocrisia da igreja. Criticam o rapto das meninas na Nigéria. Criticam o governo. Mas o mais interessante, é que à exceção de casamentos, nunca colocam os pés numa igreja, não votam, e estão simplesmente a "marimbar-se" para o que se passa fora no mundo, colocando-se sempre à margem de contribuir com a sua participação em qualquer tipo de acto solidário.



As pessoas que criticam este vídeo, são as mesmas que fingem que não vêem aqueles jovens à porta dos supermercados a procederem a recolha de alimentos para instituições ou acções de cariz social, quando passam por eles, escusando-se a proporcionar qualquer género de contribuição à causa. São aqueles que se acham mais espertos que os outros, que emitem sempre uma opinião que desconsidera a mobilização alheia por algo positivo, duvidando da legitimidade da mesma. E provavelmente, estes que mais criticam, são os que mais seriamente contribuem para a abstenção quando o País vai a votos.

Nota Final
Não estou aquí para defender as senhoras do Diap, porque considero que não há nada passível de julgamento naquele vídeo. Uma coreografia em torno de um qualquer varão, tal como o visionamento de qualquer filme pornográfico, é coisa que todos fazem, quando têm oportunidade para o fazer.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A cidade proibida de China

Fotografia aérea, na década de 90

Possivelmente, este terá sido o bloco de prédios mais anárquico e povoado do mundo. Terá, no passado, porque já não existe. Conhecida como Cidade Muralha de Kowloon, este gigantesco quarteirão de edifícios interligados, chegou a albergar mais de 50 mil pessoas, na cidade de Kowlon em Hong Kong.



Tudo começou em 1860, quando a Dinastia Qing, a última dinastia imperial na China (precedida da dinastia Ming e sucedida pela República chinesa), cedeu o território sul da Boundary Street (Kowloon) ao império Britânico. Originalmente, esta edificação não era mais do que um forte militar. Durante a ocupação Japonesa que ocorreu em meados da Segunda Guerra Mundial, a sua população aumentou drasticamente, chegando a 1987 com uma população de 33 mil habitantes, ano em que o governo de Hong Kong aprovou a sua demolição..



Podia mesmo considerar-se a "Cidade do Crime", enquanto existiu. Durante 20 anos, entre 1950 e 1970, foi controlada pelas Tríades, assumindo-se como abrigo a prostituição, jogo ilegal e tráfico de droga. O total desordenamento da construção, a falta de condições sanitárias ou mínima qualidade de vida, não inibiu que a população por lá se mantivesse, surgindo surpreendentemente cada vez mais comércio nas imediações.



Uma cidade completamente claustrofóbica, construída sem plano algum de arquitectura, foi na realidade uma "vítima" da crise de diplomacia entre os ingleses e chineses que ocupavam parcialmente o território, deixando-a à sua própria sorte. Apesar de ser apenas nos telhados o único ponto onde se conseguia respirar ar puro, as pessoas que por lá viviam, diziam-se felizes.

O parque que hoje existe, sob a fundação da antiga cidade


Estimam-se terem sido gastos cerca de 2.7 biliões de dólares na evacuação da população residente, antes do seu processo de demolição que teve lugar em 1993 e que terminou um ano mais tarde. Em 1995, foi inaugurado no mesmo local, o Kowloon Walled City Park.

O português é invejoso, ou gosta mesmo de de ser Cabrão?


Numa consulta ao site informativo, do Jornal de Notícias, deparei-me com uma reportagem acerca da grande mudança de imagem de João Paulo Rodrigues. Consta que, durante 8 meses, o apresentador da TVI dedicou-se ao treino do corpo e da alma, conseguindo perder neste período perdido cerca de 11 kilos. Naturalmente orgulhoso, exibiu os resultados na edição portuguesa da revista Men's Health. Até aqui, nada de novo.

Sem surpresa, deparo-me com o expontâneo coro de críticas que frequentemente as pessoas brindam, quando observam algum modo de sucesso alheio.

Embora não conhecendo bem este sujeito, acho que está de parabéns pelo esforço. Cuidar do corpo é cuidar da mente, embora a mente seja um problema de muita gente. Como é comum em todos os jornais online, o final das reportagens existe a possibilidade de publicar comentários. Sem muita surpresa, deparo-me com um expontâneo coro de críticas que muito frequentemente as pessoas brindam gratuitamente, quando observam algum modo de sucesso alheio. Principalmente se o referido sucesso vier de um português.



Não querendo criticar por criticar, cada um que se considere no direito de o fazer pode fazê-lo, esperando naturalmente sair sempre impune. O que me surpreende mais, prende-se com o facto de não existir o pudor de evitar comentar sem colocar em exposição o próprio Facebook pessoal, acessível a quem quiser dar-se ao trabalho de fazer o clique. Ou se trata de ignorância...

Foto do Dia


Monterey Bay Aquarium, California, Estados Unidos
Fundado em 1984, este aquário público tem anualmente mais de dois milhões de visitantes. Contém cerca de 600 diferentes espécies de plantas e animais.
Fotografia por Ian Shaw, Alamy, National Geographic

Cães & Crianças


As crianças e os animais quando interagem, têm uma "linguagem" muito própria.
Provavelmente, vieram do mesmo planeta... :-)

Mais uma catástrofe no Mediterrâneo



5 pessoas morreram e mais de 550 foram resgatas, em consequência de mais um desastre envolvendo embarcações sobre-lotadadas de migrantes, que tentam desesperadamente atravessar o mar Mediterrâneo na esperança de alcançar à Europa. Com quase 600 pessoas a bordo de um barco de pesca fabricado em madeira, o acontecimento poderia ter tomado outras proporções, não fosse a intervenção da Marinha italiana.



A estatística obriga-nos a reflectir. Nas últimas 48 horas foram já resgatados cerca de 6000 migrantes, sendo que desde 2014 os números atingem os 320 mil migrantes resgatados, só na costa de Itália. Com a aproximação do Verão, assim como as boas condições marítimas deste período, prevê-se com bastante certeza a possibilidade deste número aumentar.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O Verdadeiro Artista


William Henry Cosby Jr., conhecido simplesmente por Bill Cosby, nasceu a 12 de Julho de 1937 em Filadélfia, nos Estados Unidos. Uma cara difícil de não recordar. Com uma carreira de longos anos, estreou-se numa série em 1965, tendo-se destacado principalmente em comédias e séries televisivas. A série The Cosby Show, de 1983, terá sido o seu ponto alto da carreira, onde o próprio abordava o patriarcado de uma família negra norte-americana, um tema inédito em televisão na altura.

Ao longo da última década, Cosby tem procurado a aproximação a comunidades desfavorecidas, nomeadamente a afro-americana, no sentido de sensibilizar a mesma para os problemas sociais que provocam desagregação, usando mesmo num à-vontade muito seu, alguns discursos acutilantes que têm gerado controvérsia.

Através da utilização de Metaqualona, sedava as então jovens aspirantes a actrizes para consumar os abusos sexuais. A primeira vítima a apresentar queixa, levou já o actor a julgamento, aguardando-se pelo veredicto.

Parte das vítimas, pelos menos as que deram a conhecer


Em 2014, a maior polémica da sua vida. Cerca de 40 mulheres, numa quase acusação conjunta, admitiram ter sido alvo de violação por parte do actor, ao longo de décadas. Um ano mais tarde, Cosby acabaria por admitir que através da utilização de Metaqualona, sedava as então jovens aspirantes a actrizes para consumar os abusos. Esta droga foi nos anos 70 bastante popular pelos efeitos seus sedativos, através da sua propriedade hipnótica depressora do sistema nervoso central. Conhecida por Quaalude, nome de comercialização nos Estados Unidos, foi usada inicialmente como relaxante para insónias, tendo depressa o seu uso ultrapassado a razoável utilização por parte da população. Elevada ao patamar droga social, consumou-se a sua proibição de consumo nos anos 80.

Foto da Semana


O Presidente dos Estados Unidos é um tipo simpático. Pelo menos, faz por ser. E aparentemente, com sucesso. A partilhar com Obama o que aparentemente será uma cerveja, está o célebre Chef de cozinha Anthony Bourdain. O conhecido cozinheiro é responsável pelo bastante famoso programa televisivo Parts Unknown, dedicado à gastronomia pelo mundo. Aproveitando a visita do presidente norte americano ao Vietname, convidou-o para jantar... Não é para qualquer um.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Sublimes Divindades

Edwige Fenech
· Nasceu em Annaba, Argélia, a 24 de Dezembro de 1948. Malta é a origem do Pai enquanto a Mãe é de origem Italiana.
· A participação em concursos de beleza valeu-lhe aos 16 anos o prémio Miss Cote d'Azur, sendo que alguns anos mais tarde foi eleita Miss França.
· A estreia no cinema deu-se em 1967 no filme All Mad About It.
· A sua beleza e sensualidade tornaram-na bastante na década de 70, onde particularmente se destacou nas comédias italianas muito habituais na altura, do género "Exploitation". Trabalhou ainda em Espanha, Alemanha e França.
· Teve o seu ponto alto na carreira durante quase uma década, entre os anos 1968 e 1982, sendo na altura uma das maiores celebridades na Europa.
· Em meados dos anos 80 abraçou outras áreas profissionais, lançando a sua própria linha de roupa, para além de criar uma companhia de produção de cinema – a Immagine e Cinema SRL.
· Em 1990 casou-se com o empresário italiano Luca Cordero di Montezelomo, presidente da Ferrari e responsável pela organização do mundial de futebol em Itália, em 1990. Mais tarde, em 2004, Montezelomo tornou-se presidente do grupo automóvel FIAT.
· Fruto do casamento nasceu o seu único filho, Edwin Fenech, hoje presidente da Ferrari nos Estados Unidos.
· Participou no filme Hostel 2, de 2007, a convite do realizador Quentin Tarantino
· Hoje dedica-se exclusivamente á função de produtora, tendo abdicado totalmente da carreira de actriz.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Voar ao lado de um avião



O piloto e entusiasta pela aviação, Yves Rossy tornou-se conhecido pela invenção do equipamento a jacto que lhe permite voar a quase 2000 metros de altitude. Conhecido como "Jetman", Rossy tem viajado pelo mundo na demonstração da sua invenção, exibindo com natural orgulho as suas performances pelos ares, devidamente documentadas pela equipa que o acompanha. Conseguindo atingir velocidades na ordem dos 300km/hora, conta já com algumas experiências interessantes, como o sobrevoar a cordilheira dos Alpes ou o Grand Canyon. Em 2015 no Dubai, juntamente com Vince Reffet, foi filmada uma demonstração de 10 minutos operada por ambos a acompanharem um avião Emirates Airbus A380 – o maior avião de transporte de passageiros da actualidade – sobrevoando a famosa Jumeirah Palm a uma altitude de 1200 metros. Os pilotos com o respectivo equipamento colocado são lançados exclusivamente a partir de um helicóptero, sendo que a sua aterragem é apoiada por meio de paraquedas. A filmagem é apresentada no vídeo acima.

Foto do Dia


O Festival de Cannes, criado em 1946, é um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo. Verdadeiro conglomerado de celebridades vindas de todos os continentes reúnem-se em Cannes anualmente, numa espécie de comício-orgia do deboche. Aliás, sempre tive as minhas reservas em relação ao displicente comportamento de luxúria e exagero frequentemente retratados por diversos artistas mundias que por lá passam. Drogas sociais em excesso, presumo...



Na edição deste ano, destacaram-se os dois acontecimentos que marcaram o festival. Um deles, relacionado com o aproveitar da cerimónia para alguns actores brasileiros exporem o seu parecer negativo ao processo de destituição de Dilma Rousseff. Outro mais memorável, deveu-se à falta de atenção por parte da actriz francesa Laure Calamy, onde num movimento presumidamente inocente, exibiu supostamente mais do que devia.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Galardão Indomáveis Patifes - Prémio Comédia do Ano



Empurra leve, levemente, como quem chama por mim!
Será chuva? Será gente? Gente não é certamente!
E a chuva não empurra assim!

Não totalmente desfeito pelo susto de tamanha aplicação de energia no dorsal da espécie sem-pescoço, verifica-se qual canto do cisne, a vítima a emitir um qualquer sinal sonoro para dentro do campo, antes da total perca de consciência derivante da queda. Pela coragem demonstrada no desempenho à sua função, merecendo elevado reconhecimento pelo serviço prestado à nação, invocamos a premência de assumir com toda a frontalidade:
 Lito Vidigal a presidente. JÁ!!

Galardão Indomáveis Patifes - Futebol em 2016



Equipa do Ano - Sport Lisboa e Benfica
O Sport Lisboa e Benfica sagrou-se campeão à última jornada da época que terminou no passado Domingo. Um ano marcado pela mudança de treinador, cuja surpresa na continuação da carreira ao serviço do eterno rival, o Sporting Clube de Portugal, levou os adeptos a um ataque de nervos. Um início de temporada marcado ainda por maus resultados, ainda fizeram estremecer a fé dos adeptos na revalidação do título. Porém no conjunto da Luz mostrou-se determinado até ao fim do campeonato, e com alguma sorte à mistura mas seguramente com mérito, conquistou pelo terceiro ano consecutivo o título nacional, o 35º em toda a sua existência.

Desilusão do Ano - 2º lugar do Sporting Clube de Portugal
Num ano marcado pela determinada ofensiva de contestação provocada pelo presidente Bruno de Carvalho, o Sporting Clube de Portugal conseguiu superar um plano de instabilidade corrente e disputar com todo o mérito o campeonato com o rival Sport Lisboa e Benfica. Com o ingresso de um dos melhores técnicos portugueses, o Sporting praticou um futebol vistoso e quase sempre vitorioso, tendo mesmo conseguido derrotar os seus mais directos adversários 3 das 4 vezes que contra eles jogou para o campeonato. Infelizmente para o clube verde-e-branco tal não foi suficiente, quedando-se no final a apenas dois pontos do primeiro lugar.

Flop do Ano - Pablo Daniel Osvaldo
O avançado Italo-Argentino Pablo Daniel Osvaldo trazia consigo a ilusão de poder dar continuidade à senda de bons avançados que marcaram o Futebol Clube do Porto nas últimas décadas. Embora fosse detentor de algum estatuto, Pablo Osvaldo não se desprendeu de velhos hábitos de indisciplina e irregularidade que continuamente marcaram a sua carreira, levando a sua experiência em Portugal a durar muito pouco tempo. Desvinculou-se do clube a meio da temporada, sem deixar nenhumas saudades.

Jogador do Ano - Renato Sanches e João Mário
A partilha do galardão é inteiramente justa pela importância que ambos demonstraram no rendimento global das equipas que representaram. Renato Sanches terá sido uma revelação; com 18 anos conseguiu a titularidade na equipa sem demonstrar algum tipo de impreparação emocional. No caso do jogador do Sporting, uma certeza de algo que possivelmente já o era: João Mário é dos melhores jogadores portugueses da actualidade, e um caso sério de possível amealhar de dinheiro numa venda impossível de evitar num muito breve futuro.

Figura triste do Ano - Falta de Fair Play de Bruno de Carvalho
Desportivismo, que naturalmente advém do termo "desporto", representa o modo saudável inerente à prática do mesmo. É com desportivismo, através da contenção emocional aos resultados ou acontecimentos contestáveis, que se demonstra também alguma dimensão. Não obstante naturalmente  da verdade desportiva ter de estar no topo das prioridades de quem pratica modalidades. Bruno de Carvalho exagerou, semana após semana, na utilização do dom da palavra para publicamente endereçar a ofensiva que acreditou ser fundamental. Terminando o ano em segundo lugar, coloca um sabor agri-doce a todo o seu esforço. Teriam existido seguramente meios menos audíveis e mais eficazes de fazer valer a sua razão.

Comédia do Ano - Lito Vidigal
O Prémio Comédia do Ano aponta a distinção ao caso mais insólito que terá ocorrido nos sempre férteis em acontecimentos estádios portugueses. Naturalmente que vários são sempre os casos meritórios, embora tenha sido no jogo Arouca-Sporting a ocorrência que mais se considere digna de registo. A um dado momento do jogo, o treinador Lito Vidigal procurou usufruir do espaço destinado à equipa visitante – o Sporting – tentando lançar algumas provocações. Algo que provocou a reacção dos jogadores leoninos, nomeadamente ao central brasileiro Naldo, que com um ligeiro empurrão provocou uma queda aparatosa (no mínimo) do dito treinador. A queda do treinador ficará registada nos momentos mais caricatos e sempre agradáveis de assistir no futebol nacional.

Foto do dia


Atol Aldabra, nas ilhas Seychelles.
Tubarões de Coral nas águas rasas das Seychelles enquanto aguardam pela maré cheia para regressar ao mar.
Fotografia por Thomas P. Peschak, National Geographic

Cuidar de um filho sozinho ou a teoria do Ronaldo Super Pai



Uma das tarefas mais difíceis por parte de quem é Pai, será certamente a responsabilidade de educar os filhos sozinho. Não é um cenário muito comum, pois geralmente quando tal acontece, cabe às Mães a detenção de tal compromisso. Reconhecendo que para elas a tarefa seja igualmente exigente e difícil, o cenário ideal seria evitar que tal acontecesse, mas na vida as coisas acontecem...

O super conhecido Cristiano Ronaldo é um desses exemplos. Na responsabilidade de ser Pai e Mãe ao mesmo tempo (que seguramente terá no apoio da família o suporte necessário), lá vai demonstrando aquí e além – por aquilo que as redes sociais nos permitem saber – que se desenrasca. Não me parece suficiente considerar-se o estatuto social e financeiro como a grande almofada para que as coisas corram bem. Terá também de existir a vontade e o reconhecimento no prazer a que a tarefa obriga. Mesmo no imaginário, para a maioria daqueles que desejam ser Pais, tal cenário configura-se como uma tarefa engraçada, até surgirem os primeiros desafios.

Não me parece suficiente considerar-se o estatuto social e financeiro como a grande almofada para que as coisas corram bem. Tem também de existir vontade e reconhecimento no prazer a que a tarefa obriga.

Em precoce idade, a dependência da criança em relação à Mãe é muito maior do que aquela que assiste ao Pai. É á medida que esta cresce, que o papel do progenitor masculino no acompanhar ao desenvolvimento do filho como indivíduo se torna mais importante, numa engrenagem fundamental à integração menos protegida em que a sociedade nos acolhe. A interação com outras crianças, as amizades, as primeiras paixões, a simbiose com outros seres humanos,  são desafios que não se devem menosprezar através da falta de acompanhamento e interesse dos mais velhos para com os mais novos.

As crianças de hoje serão os adultos de amanhã. Partindo do pressuposto que o adulto tem como obrigação de apresentar à sociedade onde se integra o melhor que de sí pode advir, então importante será considerar tudo o que terá aprendido e assimilado ao longo do seu desenvolvimento, ao longo da sua imberbe juventude. O ser Pai está para o filho como o ser humano está para o mundo onde habita.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Who's That Girl...?



Rihanna, Serena Williams e Nicki Minaj
Três mulheres de inegável beleza, cada uma ao seu estilo e combinadas numa só.
Fica o desafio de descobrir a quem pertencem os olhos, o cabelo, o tom de pele, os lábios, etc...

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Pensamentos de La Palice #2



- "haaa... coitada. Que boneca horrível!"
- "Não amiga... É mesmo a Michelle Pfeiffer depois da última plástica!"

Sem comentários!



Comentários publicados por leitores a esta notícia.

Barbas grandes em coisas pequenas



Não terei sido seguramente uma das primeiras pessoas a reparar nesta mais moderna tendência masculina: a Estética-Barba-Orgulhosamente-Por-Fazer-à-Quase-Um-Ano. Há modas que vão, assim como há modas que vêm. Há aquelas que duram mais tempo e provavelmente as que não duram tempo nenhum. Depois, existe a histeria colectiva de querer ter estilo suficiente para conquistar o mundo, nem que seja de cuecas...

Não sei onde começou esta moda da Barba por fazer, mas já deu para perceber que os portugueses não foram os únicos pelo globo a adquirir tal hábito. Muito provavelmente esta caracterização facial brotou da embrionagem de um qualquer fashion-adviser, até se tornar um hábito oficial aos dias de hoje. Imagino as vantagens:

- Um rapazito passará a ser um homem.
- Um "beto" passará a ser um rude.
- Um machinho passará a ser um machão.
- Um menino-de-coro passará a ser um insolente.
- Algo que nasceu pequeno depressa a aparentar maior dimensão, e por aí fora...

Tenho uma opinião formada a respeito das Barbas. Perante uma qualquer crise de identidade, bastará deixá-las crescer ao ponto de... Ok.... já percebí! Lembrei-me do filme 300, o tal em que uma minoria de 300 Espartanos lideradas pelo bravo Rei Leónidas resistem heroicamente ao numeroso exército Persa. É isso mesmo!...



Tendo em conta que se trata de um filme de 2006 e esta tendência andará em voga há sensivelmente dois anos, cronologicamente pode fazer sentido. Aliás, três anos antes surge como um cometa um Johnny Depp de barba e bigode na personificação do pirata-palhaço Jack Sparow, figura muito apreciada pelo público feminino, que até então quase ignorava a existência do actor. No fundo, tudo isto para dizer que o homem utiliza a Barba para se mostrar mais viril; tal como no meu tempo quando se ajudava uma senhora a carregar os sacos de compras do supermercado, independentemente se o conteúdo fossem ovos ou tijolos. Assunto explicado.

Se não queres ver, é melhor não espreitares...


O Erro do Presidente do Sporting: Demasiada Emoção, Alguma Razão e pouco Cérebro Humano



O título deste post evoca naturalmente a obra do neurocientista António Damásio, escrita em 1994 e editada pela Companhia das Letras. Sob a designação "O erro de Descartes: Emoção, Razão e Cérebro Humano", o autor aborda essencialmente a relação que existe entre o corpo e o cérebro, uma correlação não-considerada por um dos mais influentes filósofos da história – o francês René Descartes.

Descartes foi essencialmente um homem que conheceu ao longo da sua vivência uma série de diferentes culturas e diferentes linhas de pensamento. Numa sociedade marcadamente feudal (em plena Idade Média), o filósofo observou que os costumes e tradições de um povo influenciam o modo como as pessoas pensam e lidam. Basicamente, com as suas crenças. Entre outras teses, Descartes defendeu que a dúvida é a aurora do conhecimento. No sentido inverso, o autor português defende que a ausência de sentimentos e emoções são a antítese da racionalidade, em que todo o comportamento racional deverá ser intrínseco ao lado emocional.

A Emoção inspira-se no impulso. Define o bem estar imediato assim como a felicidade momentânea. A Razão define uma objectividade futura, assim como as consequências da decisão tomada. Todos nós somos fruto da emoção, embora a objectividade da razão seja seguramente um dos principais pilares de uma vida em equilíbrio, com um sentido à realização de modo mais elaborado, vertical e seguro. A vertente emocional atribuí ao ser humano todas as sensações de prazer naturalmente momentâneas, mas necessariamente procuradas por todos nós. No atingir de tal relação com o prazer, inúmeras vezes abdicamos da não tão atraente Razão. As consequências de tais actos, serão apenas mais tarde recolhidas.

A vertente emocional atribuí ao ser humano todas as sensações de prazer naturalmente momentâneas, mas necessariamente procuradas por todos nós. No atingir de tal relação com o prazer, inúmeras vezes abdicamos da não
tão atraente Razão. As consequências de tais actos, serão apenas
mais tarde recolhidas.

Tudo isto para apoiar a análise que o presidente do Sporting Clube de Portugal me merece. Bruno de Carvalho configurou-se como um candidato à presidência do clube que actualmente preside, sob o formato de alternativa ao por sí definido Status Quo que prevalecia ao longo de décadas no clube: por razão da génese cultural do emblema, reconhecia nele uma conduta de presidencialismo semi-feudal da qual o Sporting se tinha tornado mártir, sacrificando o prestígio obtido por vitórias à mercê da subserviência não apenas a clubes rivais, como a uma passividade que excluía o clube das vitórias.

Perante uma massa adepta emocionalmente descontente mas pouco empenhada no esclarecimento – como todas as massas o são –, o surgimento do apóstolo colocando a descoberto clandestinas frustrações – como todas as frustrações o são – e apontando alvos em concreto, conseguiu de modo fácil e sem impugnação o mais fácil júbilo da história do clube. Nem na sua altura, João Rocha que hoje se edifica hiperbolicamente a Rei, foi tão soberanamente aclamado. De repente, com uma comunicação essencialmente focada na resposta imediata a questão confusas, Bruno de Carvalho despertou as emoções dos crentes ao Clube. Criou-se então uma corrente humana emocionalmente movida, descaracterizando-se a possibilidade da Razão em redor do futuro do clube.



Forjado o ferro, procurando o conflito e a dôr como estrada de um sucesso por sí contemplado, Bruno de Carvalho permitiu o sonho tomar conta de sí, tão quanto cada adepto permitiu a sí próprio encarnar no mesmo paradigma. Criou-se assim a canonização de um novo Sporting, reconfigurado numa matriz que nunca foi a sua, numa índole de complexo de Édipo, como se de uma prostituição intelectual a matriz do Sporting se tratasse.

Pessoas que hoje "fazem" o Sporting, nomeadamente o seu presidente, o treinador, assim como os responsáveis mais visíveis, são uma face oposta ao que 90% das gerações sportinguistas acreditaram. Os Pais daqueles que hoje se dizem ser do Sporting, acreditaram não numa fantasia como Carvalho sempre desejou sublinhar, mas num modo de estar no desporto e na vida em simbiose com a Razão e o Estatuto. Razão e Estatuto fizeram do Sporting o Sporting, assim como por exemplo, Emoção e Permissão fizeram do Benfica o Benfica. Não aponto tais condições como uma crítica. É isto que os clubes são, e como tal, esta foi a génese da sua rivalidade eterna.

Bruno de Carvalho é um indivídio que despreza a génese do Sporting. Enquanto o povo se imberbe entre o apocalípse de discursos heteróclitos ou a burguesia de descortinar relatórios & contas provincianos, ele e todos aqueles que o acompanham transformam o clube num corpo sem alma, onde virtualmente um coração bate, enquanto bater. Peço honestidade às gerações mais novas! O que lhes foi transmitido pelos anciães que lhes mostraram o que era o Sporting? O que lhes fez gostar do Sporting quando decidiram ser sportinguistas e pouco se vislumbrava em formatação de títulos? Tiveram vergonha do Sporting algum dia das vossas vidas, levando-vos agora a acreditar que não existe diferença entre o que Bruno de Carvalho pensa e o melhor caminho para o clube? Na medição triste de sportinguismo, então eu digo-vos que se assim o foi, vocês nunca foram do Sporting.

O Sporting não demonstrando desportivismo – mesmo que em momentos dele duvide –, não merece o louvor do desporto nem quem por ele se apaixona. Entenda-se que é possível admirar um clube mesmo que este não ganhe;
a maioria das pessoas desta vida também não ganham.

Declarem carinho ao clube, observando na planície da vossas vidas o abraço fraterno à Razão. No cume da Emoção, nunca abandonem a reflexão que tal momento exige, porque não há razão em momentos baixos que provoquem emoção em momentos altos. O Sporting declarando guerras sem objectividade, vence jogos mas não ganha títulos. O mesmo que conseguiu sem guerras. O Sporting colocado-se incómodo a terceiros, desprotege o seu reino, confundindo o seu povo. O Sporting não demonstrando desportivismo – mesmo que em momentos dele duvide –, não merece o louvor do desporto nem quem de ele se apaixona. Entenda-se que é possível admirar um clube mesmo que este não ganhe; a maioria das pessoas desta vida também não ganham. Mas podem ser admiradas se forem dignas. Sem ser admirado, fruto desta eleita mensagem de nojo ao mundo do Futebol do qual o Sporting tem vindo a subscrever, o Sporting passa a ser odiado, em igual proporção ao sentimento transportado por aqueles que neste momento também vítimas do seu ódio ao alheio, procuram neste presidente o próximo balão de oxigénio.

A Sporting sobrevive deste modo. Mas não cresce. Não caminha para lado algum. Quem desejar apontar ao lucro no final do trimestre como resposta cabal a todo este indelicadamente longo texto, encontrem então em tal aglomerado estatístico uma numerologia de razões para o lerem de novo estas linhas, desde o princípio.

domingo, 15 de maio de 2016

Quem irá vencer o título

A Assembleia dos Deuses em redor do trono de Júpiter, de Giulio Romano


Finalmente se chega à última jornada do campeonato em Portugal.
Quiçá um ano desgastante para aqueles que gostam do Futebol pela sua beleza estética ou compromisso com ideais de desportivismo e fair-play. Não obstante de tais vicissitudes, o futebol sempre foi, é e será simbologia de paixões tão mais intensas como por vezes irresponsáveis, mas sempre ladeadas à filiação de princípios que assistem a cada cultura, a cada clube, a cada adepto.

Para aqueles que se pautaram pela constância de vitórias ao longo de quase quatro décadas, este foi mais um ano de frustação. Agora, como já alguns desconfiavam outrora, sabe-se que se deu demasiado a quem nunca mereceu tanto tempo. Por falta de sorte ou aptidões, Lopeteguí revelou-se cronologicamente um erro. A escolha do espanhol a 6 de Maio de 2014 foi um sonho, uma inspiração, talvez uma hipérbole por parte de um presidente que pretendia uma nova orientação focada em atributos nunca comprovados do treinador no abraçar a evolução de jogadores jovens a um clube vencedor. Talvez as divindades não lhe desejassem tal sucesso. Ou talvez tenha sido Jesus que não o permitiu. Fica um final de campeonato penoso, a um clube que para os rivais nunca pagou justamente pelo pecado de louvável ou condenável domínio no futebol em Portugal.

Para o bicampeão nacional, este foi um ano zero. Posicionamento responsável na base da realidade económica que nos assiste ou fruto de um erro de prevenção ou escolha, o Benfica auto-promovido ao projecto há cerca de 10 anos, confrontou-se com abrupta mudança de paradigma em sequência de igualmente abrupta mudança de treinador. Um treinador que marcou inquestionavelmente o clube da Luz com a marca da vitória, da exigência, como por vezes da polémica. Disse-se que este nunca compreendeu o anseio da direcção ou massa adepta pela promoção do jovem jogador nacional. Afirmou-se a sua incompatibilidade pelo regresso das camadas jovens ao hemisfério do clube, embora tal padrão nunca tenha na realidade sido a matriz do Benfica. Jesus saíu como não desejou, mas procurou o destino que porventura sempre pretendeu. No sentido inverso, o SL Benfica apostou no regresso de alguém confiável ao coração vermelho-e-branco. Perdeu-se a nota artística, a soberba postura pelos relvados do país, mas para os adeptos o que se ganhou talvez tenha sido o mais importante: um treinador adepto do próprio clube. No seio do benfiquismo e na sua génese de filiação, tal sentimento impera mesmo por vezes, sobre a própria razão. O destino movido a improvável proclamação, voltou a colocar o clube em primeiro.

Embora demasiadas vezes sem sucesso mas sem nunca ter perdido o estatuto de candidato, Sporting surgiu este ano mais empenhado pela disputa do título. Um regresso ansiado por uma massa adepta sofredora mas fiél a um nível incomum, provavelmente inédita à realidade de um país que de algum modo difere da inerente base de eleição do próprio clube. Jesus, que procurou no Sporting o destino de um percurso muito seu, aclamou a sí a benevolência de que nada seria como dantes. O porte de fé numa mensagem que devolveu esperança aos seus adeptos, acompanhados pelo discurso de um presidente que peculiarmente quebrou uma corrente mais formal na representação do estatuto de grande. Mostrando todo o seu inconformismo e reconhecendo à elevada matriz do clube a responsabilidade do mesmo não vencer, mobilizou os adeptos na não-conformação por lugares que não o primeiro, assim como procurou por uma responsabilização alheia inerente ao não ganhar, evidenciado à demasiados anos. Uma mensagem de ruptura, talvez prematura de consequência, mas apreciada pela corrente do clube associada a igual irreverência. Independentemente de tudo, o Sporting nesta época, esteve de volta!

sábado, 14 de maio de 2016

O fim de semana Lusitano...


Coisas que com a idade aprendemos a gostar - Cricket



Confesso que nunca fui grande conhecedor de Cricket, talvez pela fraca promoção exterior a países praticantes por excelência: Inglaterra, África do Sul, Zimbabwe, Paquistão, Índia, Sri Lanka, Jamaica, Austrália e Nova Zelândia. De facto, verifica-se neste conjunto de nações a ligação ao período colonial Britânico, confirmando assim a influência de Inglaterra como a nação criadora deste desporto, justificando do mesmo modo a pouca divulgação em outras nacionalidades ocidentais.

Dizem que com a idade nos tornamos mais apurados. Talvez seja tal motivo que me empenhou em começar a acompanhar o Cricket. É mesmo um dos desportos mais bonitos e interessantes que conheço. Justo, rigoroso, empolgante, disputado com regras difíceis de contornar no campo da seriedade e do desportivismo, embora algumas das suas regras possam ser discutidas antes da partida, em comum acordo entre equipas adversárias. Recentemente descobrí uma página que proporciona não apenas um bom entendimento acerca do tema, assim como o esclarecimento das regras mais importantes, escrita em português.
Porque desporto não é apenas futebol, este vídeo mostra alguns dos seus melhores momentos.

Padrões de desejo que os homens admiram ou a ode ao vazio de conteúdo.

"Eles não resistem ao ar inocente de Daisy Ridley, ou aos olhos poderosos de Alexandra Daddario nem às pernas de Kate Upton. Estas são as mulheres que lhes conquistam o coração."

Despertou-me alguma curiosidade um artigo divulgado esta semana pela revista Men's Health, em que se listam "As 99 mulheres que os homens mais desejam". Tendo em conta que a referida publicação está direccionada ao público masculino, onde provavelmente todos os artigos são escritos por homens, presumo que tal repertório se fundamente numa sondagem, no mínimo, à porta da própria redacção. Empreendí naturalmente o meu tempo em observar tal lista com o detalhe necessário, mas confesso que ao constatar em 93ª posição a cantora (?) Victoria Beckham, resolví parar.

Ok, passou 1 minuto e lá voltei eu à dita lista. Mas desta vez em versão fast-forward para depressa conformar a minha curiosidade acerca da feliz contemplada com a primeira posição: uma jovem inglesa de 24 anos chamada Daisy Ridley. Mas que m**** de lista é esta? Se esta é considerada (mesmo que apenas e só pela publicação) a máxima matriz de desejo por parte do homem moderno, então eu serei inquestionavelmente um neardental!

Daisy Ridley, a n#1 da lista promovida pela Men's Health


O mundo está mesmo partido ao meio. Num dos hemisférios vivem pessoas que pesam 45kg, com semblantes de tímida porcelana adornada a vulgaridade, surgindo do nada, cujo elogiável destaque na sua vida é viverem até ao prazo de validade que provavelmente se situa nos 30 anos de existência. Depois disso, estão velhas para os objectivos a que se propõem: terem a presença de meninas de 20, servis ao desejo de figurar numa qualquer passadeira vermelha.

O mundo está mesmo partido ao meio. Num dos hemisférios vivem pessoas que pesam 45kg, com semblantes de tímida porcelana adornada a vulgaridade, surgindo do nada, cujo elogiável destaque na sua vida é viverem até ao prazo de validade que provavelmente se situa nos 30 anos de existência.

Não vale a pena fazer comparações entre elas, pois provavelmente nada as distingue.  São inquestionavelmente bonitas, embora se a referida votação pretende destacar "As mulheres que os homens mais desejam", correcto seria esta nomear-se "As mulheres que os míudos de 20 ou homens de 50 mais desejam". Haveria então lugar neste "gap" de 30 anos a destacarem-se meritoriamente outro tipo de mulheres – as que vivem no outro lado do hemisfério. Estes seriam os critérios:

- Mulheres que tenham mais de 18 anos mas não aparentem ter 18 anos.
- Se o limite de idade ultrapassar a barreira do razoável, que outros atributos como a inteligência, personalidade e charme se submetam a avaliação.
- Mulheres que se destaquem com meritório sucesso profissional.
- Mulheres que podendo ser portadoras de inegável beleza, nunca tenham utilizado tal atributo para singrar.
- Mulheres que se tenham destacado pela sua aplicação a bons valores e bons costumes.
- Mulheres que soletrem eximiamente o abecedário.
- Mulheres que gostem de ser "Mulheres", quando acordam e quando se deitam.
- Mulheres que tenham cultura geral para abordar assuntos diversos, mesmo que não os dominem.
- Mulheres que valorizem a importância do sexo feminino na sociedade, que demonstrem perseverança em carreiras profissionais antagonicamente povoadas pelo sexo masculino.
- Mulheres que ensinem ou motivem os homens a serem melhores.

Porque este valores todos juntos, para mim, são o que mais me fazem admirar o sexo oposto.

Referências artísticas do século XX






































Pierangelo Boog
Artista suíço, nascido em 26 de Outubro de 1957.

Coisas que eram boas e continuam a ser


House of Broken Love
Os Great White são uma banda formada em Los Angeles em 1978. Daquelas bandas que faziam parte do cenário musical mais em voga nos anos 80. Daquelas bandas que sabiam tocar. Daquelas bandas que produziam álbuns que valiam a pena comprar. Infelizmente, uma banda que ficaria também marcada pela tragédia, onde num dos seus concertos em 2003 cerca de 100 pessoas morreram, inclusivamente um dos seus elementos, devido a um incêndio deflagrado no recinto do espetáculo em virtude de uma irresponsável utilização de pirotecnia. Fica uma das suas músicas mais marcantes.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O Homem Feio também tem sentimentos

"Sozinho pela rua no meio desta gente,
Deambulando pelos beijos de casais felizes.
Algo que não tenho por pecado uma cara indecente,
Ou simplesmente porque serão elas umas meretrizes...?"
O Maquiavel

O Homem Feio também tem sentimentos. Na legítima frieza de raras vezes se sentir o eleito, questiona a Divindade pela ausência de pecado no fabrico. Nasceu bonito, porque todos os recém-nascidos o são, mas depressa confrontou o mundo com indecorosa presença. Remetido a tal distância que não perturbe o percurso natural da Mãe Natureza, navega no ostracismo de uma vida preenchida pelo olhar alheio de reprovação. Os espelhos não o observam pela frente nem por trás. Tais providenciadores de reflexo providenciarão memórias que não se pretendem confrontar jamais.

Ciente da sua sina, o Homem Feio procura a culpa em seara alheia. Responsáveis pela indiferença que lhe mimoseam, serão as Sereias intendentes da sua amargura, indignas de virtude e autenticidade nas escolhas que cometem? Ou serão os benévolos da formosura masculina que desequilibram iguais oportunidades para todos? O Homem Feio sabe que na ausência de sublimidade, encontrará atributos noutras superfícies; tais superfícies que nunca o tornarão gracioso, mas onde a graciosidade também não o julgará.

O Homem Feio colocará a sobre a sua mão as flores de um jardim, sabendo a importância que estas terão no transportar de embevecimento ao sexo oposto. Aprenderá a cozinhar, porque sobre a mesa se confidenciam os maiores segredos, se conquistam as melhores sensações. Será organizado e metódico sobre a sua palavra, navegando em mares de honestidade e crença; ao saber que é o eleito, nunca se desviará do seu caminho, pois sabe que não existe mais algum disponível para a sua felicidade. Ele será sempre o melhor amigo.