sexta-feira, 27 de maio de 2016

DIAP - Doce ou Travessura?



O parco conhecimento da nossa sociedade sobre o poder das redes sociais é isto mesmo. Todos filmam, fotografam e partilham o que lhes apetece, a seu bel-prazer. Está na moda fazê-lo, é gratuito, e desde que não se comprometa a vida íntima de ninguém, tudo bem. O problema é quando a coisa se torna viral.

Às vezes acredito que o problema do comum cidadão é viver na hipocrisia de que acha que está em dívida para com o Divino. Na ânsia de reservar o seu lugar no Paraíso, vem a público, na sua poltrona do poder anónimo, julgar como perversidade tudo o que é comportamento social fora do convencial.

A malta do Diap é isto mesmo. Igual a todos nós. Também gostam de se divertir, também gostam de dançar. Só ficaram mal na "fotografia" (ou na filmagem, neste caso) porque nenhuma das intervenientes era mais poderosa do que o anonimato permite. Ninguém sabe se trabalham 14 horas por dia ou mesmo ninguém faz ideia se a conhecida filmagem foi realizada após o horário de trabalho, ou numa hora de almoço. Sinceramente, também acho que ninguém quer saber disso para nada. A hora é de esticar a corda no pescoço alheio.

Podemos verificar no lado direito da imagem, ao deleite provocado pelo anónimo que assistia na sua poltrona


Às vezes acredito que o problema do comum cidadão é viver na hipocrisia de que acha que está em dívida para com o Divino. Na ânsia de reservar o seu lugar no Paraíso, vem a público, na sua poltrona do poder anónimo, julgar como perversidade tudo o que é comportamento social fora do convencial. Provavelmente estes que criticam, também criticam a hipocrisia da igreja. Criticam o rapto das meninas na Nigéria. Criticam o governo. Mas o mais interessante, é que à exceção de casamentos, nunca colocam os pés numa igreja, não votam, e estão simplesmente a "marimbar-se" para o que se passa fora no mundo, colocando-se sempre à margem de contribuir com a sua participação em qualquer tipo de acto solidário.



As pessoas que criticam este vídeo, são as mesmas que fingem que não vêem aqueles jovens à porta dos supermercados a procederem a recolha de alimentos para instituições ou acções de cariz social, quando passam por eles, escusando-se a proporcionar qualquer género de contribuição à causa. São aqueles que se acham mais espertos que os outros, que emitem sempre uma opinião que desconsidera a mobilização alheia por algo positivo, duvidando da legitimidade da mesma. E provavelmente, estes que mais criticam, são os que mais seriamente contribuem para a abstenção quando o País vai a votos.

Nota Final
Não estou aquí para defender as senhoras do Diap, porque considero que não há nada passível de julgamento naquele vídeo. Uma coreografia em torno de um qualquer varão, tal como o visionamento de qualquer filme pornográfico, é coisa que todos fazem, quando têm oportunidade para o fazer.