terça-feira, 26 de abril de 2016

Ginásios, Wellness & outras mentiras que as pessoas gostam

















Ginásio. Palavra cuja origem advém do termo em Latim Gymnasium. Locais onde na Grécia antiga serviam de local para aperfeiçoamento não apenas da forma física como também intelectual. Como fundamentos assentes em premissas culturais e pedagógicas, por aquí se praticava a disciplina mental, na qual se associava o treino à manutenção da saúde, sendo tal princípio considerado fundamental no desenvolvimento do ser humano.

Os Ginásio actuais. Agremiações desportivas vocacionadas para a prática de desportos, dotadas de salas e equipamentos onde se praticam actividades em grupo ou singulares, sob a supervisão de responsáveis com certificação profissional no âmbito dos ofícios que lhes são inerentes.

O Ginásio que frequento. Negócio mercantilista protegido pelo denominado conceito Wellness (corpo são e mente sã), dotado de excelentes instalações, profissionais certificados e apreciável quantidade de modernos equipamentos, mas que lamentavelmente coloca o sócio frequentador no patamar mais baixo de interesse por parte de toda uma estrutura aparentemente profissionalizada.

Em teoria económica, os negócios existem para gerar retorno financeiro a quem os desenvolve. Ponto inquestionável. Porém, é o interesse em investir no negócio gerado pelo cliente que determina o que é realmente o valor do negócio, partindo do pressuposto que o serviço lhe aparenta mais-valias geradoras de interesse em nele investir, ou por ele pagar. O que infelizmente sucede no caso do Ginásio que frequento, assenta na dificuldade em conjugar num só os interesses do mesmo para com interesses dos Sócios. O Sócio, que paga um valor efectivamente elevado mas compreensível tendo em análise as excelentes condições estruturais e profissionais oferecidas, é sujeito a uma incompreensível ostracização a partir do momento em que se inscreve, pois não lhe são colocados à disposição, de modo intencional, os meios técnicos humanos que o apoiem à prática desportiva desejada. É garantido um género de "Serviços Mínimos" (leia-se por "Serviços Mínimos" a presença de poucos instrutores de sala a prestarem apoio), ineficientes em quantidade para apoiar as solicitações pela lotação do Ginásio na maior parte do horário de funcionamento. Basicamente, e fazendo uma analogia aos cursos de condução, é como se para além de se pagar as aulas de condução também fosse obrigatório pagar ao instrutor para acompanhar as mesmas.

O Sócio, que paga um valor efectivamente elevado mas compreensível tendo em análise as excelentes condições estruturais e profissionais oferecidas, é sujeito a uma incompreensível ostracização a partir do momento em que se inscreve, pois não lhe são colocados à disposição, de modo intencional, os meios técnicos humanos que o apoiem à prática desportiva desejada.

Como se tal não bastasse, a própria conduta apresentada pelos referidos instrutores revela limitações no que respeita à abordagem aos praticantes. Colocando-se como observadores a uma distância estratégica, aparentemente inibidos institucionalmente do contacto sem fins lucrativos, é gerada uma "barreira" entre os mesmos e os Sócios que treinam, entregando os praticantes à sua sorte. E como naturalmente nem todas as pessoas têm o civísmo nem a cultura de interacção suficientes para zelar pelo interesse de todos, tal distanciamento reflete-se em resultados pouco abonatórios no que respeita à arrumação e manutenção de equipamentos, como exemplos primários.

Tudo na vida tem um fim, principalmente quando surgem alternativas que permitam uma mudança. Infelizmente as alternativas que já existem, ao que parece, não são suficientes.