segunda-feira, 6 de junho de 2016
Mais do mesmo, Peseiro?
Peseiro foi um treinador que outrora simpatizei mais do que hoje. Recordo-me da sua passagem pelo Sporting, em que mesmo sem títulos permitiu o clube de Alvalade praticar um futebol de qualidade acima da média. Mais tarde, pelo Sporting de Braga, conseguiu mesmo ganhar uma taça da Liga. Algumas estranhas passagens pelos Emirados Árabes Unidos, Egipto ou Arábia Saudita talvez tenham eclipsado a maior marca como treinador – o banco do Real Madrid, na condição de Técnico-Adjunto de Carlos Queirós.
Peseiro este ano nunca perdeu por culpa própria. As justificações que escolheu foram sempre situações alheias à sua competência como treinador. Alheias mesmo ao futebol, e provavelmente de responsabilidade de alguma entidade planetária que não a sua própria incapacidade.
Este ano, foi o Futebol Clube do Porto a dar-lhe uma nova oportunidade de voltar à ribalta. Talvez numa fase má, mas aceitou um desafio que provavelmente hoje, se soubesse, teria recusado. Pegar numa equipa a meio de uma época tumultuosa não é fácil para nenhum treinador. Porém, a dignidade ou qualidade das pessoas não se revela apenas pelos resultados. Revela-se pelas acções, tal como pela escolha das palavras. E este ano, no que respeita a vocabulário, José Peseiro esteve mal. Muito mal mesmo.
Por aquilo que demonstrou, Peseiro este ano nunca perdeu por culpa própria. As justificações que escolheu foram sempre situações alheias à sua competência como treinador. Alheias mesmo ao futebol, e provavelmente de responsabilidade de alguma entidade planetária que não a sua própria incapacidade. Talvez as estrelas lá no céu tenham sido as verdadeiras causadoras do naufrágio não evitado por si desta equipa do FC Porto. Esperemos que mude o discurso nesta próxima época. O Sporting de Braga merece.