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Regra nº1 - "A culpa não é minha!"
Parece-me injusto culpabilizar de modo primário a conduta de alguém, sem procurar sequer apurar os motivos que geram comportamentos declaradamente reprováveis. Na medida do que nos torna humanos racionais e responsáveis, sabemos perfeitamente que a violência, a intolerância e a ignorância são a fragmentação da sociedade. Na mesma medida, não pretendo fragmentar coisa nenhuma.
Mas não nos escondamos por trás das diferenças económicas e culturais que existem na sociedade. A dignidade não se adquire pelo dinheiro nem por cultura. Quem é pobre não é menos digno de quem é rico, assim como quem tem cultura não se pode considerar superior ao próximo. Embora seja um facto que o acesso à escolaridade assim como o bem estar financeiro permitem uma melhor qualidade de vida, tal não nos iliba do dever de interagirmos no interesse de uma sociedade mais equilibrada. Na prática, uma sociedade que se revê num padrão positivo de boa conduta, é uma sociedade melhor.
Regra nº2 - "Eu sou assim, e tenho orgulho nisso!"
O que observamos no comportamento das gerações jovens é um caso flagrante de responsabilidade das gerações velhas. Nenhum ser humano traz consigo hábitos sociais umbilicais quando vem ao mundo – é o "Mundo" que lhe ensina a ser uma pessoa. Nenhuma pessoa é intolerante ou ignorante porque simplesmente nasceu com "mau feitio", como se de uma questão genética tal se tratasse. O "Mundo" que refiro, nomeadamente os Pais e restante família, os vizinhos, os amigos, os colegas de escola e os professores, são esses os responsáveis pela formação da essência do indivíduo, seja ele apto à maioridade ou não. E é a estes, nomeadamente aos que mais importante papel desempenham (os Pais) que lhes deve ser incutida a obrigação e seriedade no desenvolvimento de quem deles depende.
Regra nº3 - "Conversar? Não tenho feitio para isso!"
Os Pais destes jovens com idades compreendidas entre os 17 e os 25 anos são declaramente responsáveis pelos actuação dos filhos perante a sociedade. Se os jovens são egocêntricos, vaidosos, incultos, agressivos, tal se deve à ausência de património educacional que lhes assiste. É impressionante assistir à dificuldade que esta geração tem em se expressar convenientemente e educadamente. Tão ciosos do culto da própria personalidade, confrontam não o desconhecido (como outrora outras gerações desprovidas de facilidades mas valentes em querer o conseguiam fazer), mas o próximo, com autoritarismo e violência. Não sabem debater, pois a discussão das suas virtudes é o lema que tanto procura esconder as maiores fraquezas que residem na ausência do essencial: o carácter. Um carácter de dimensão similar à quantidade de livros que lêem, seguramente.
Regra nº4 - "Quanto mais, melhor!"
Nesta geração, o indivíduo masculino não tem prazer no cavalheirismo. Mais machistas do que antigas gerações (que tinham muito menos acesso ao conhecimento e desenvolvimento cultural que estes), para eles o lidar com uma jovem da sua idade é tão desafiante quanto o número de horas que passam no ginásio, no facebook ao a beber shot's – quanto mais, melhor. Não interessa a qualidade. E mesmo elas, ciosas da sua independência e conscientes das limitações dos congéneres masculinos, entregam-lhes de bandeja aquilo que outrora se considerava uma virtude. No meu tempo, a virtude era conseguir convencer os Pais a aceitarem o namoro. Hoje, perdoem-me a expressão, os Pais são "montados" e aparentemente deleitam-se com tal costume.
Por isso é que para os "Paizinhos" destas personagens, os filhos são "tão bons meninos".